sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Sutil

Na semi-luz do ambiente eu observei cada segmento curvilíneo do seu corpo. Seu corpo não é perfeito, não é esguio nem musculoso. Você não faz o tipo que estamparia uma capa de revista, muito menos o que levaria as mulheres a correrem atrás de você. Mas você tem algo, tem essa coisa que chama a atenção.
Não posso dizer que existe essa química entre nós quando claramente tem mais que isso. Tem história, física e até literatura. Eu escreveria um livro sobre você, por você e com você. Mas não era a sombra que a luz da vela fazia de você na parede que realmente chamou minha atenção. Foi ver, na verdade, que a chama refletia nos seus olhos e os seus olhos... Ah! Eles são lindos!
Esse brilho lindo de quando você fala com a maior satisfação do mundo sobre o seu trabalho e de repente aquilo que eu achava chato se torna interessantíssimo.
Seus olhos transmitem franqueza, suas palavras transmitem sinceridade. E aí você diz, conhecendo como ninguém, todas as verdades com as quais até hoje eu não conseguia lidar. E faz com que eu retire o que havia varrido pra debaixo do tapete das minhas emoções e vá jogar na lixeira do desapego. Você me faz pensar em acreditar novamente naquilo que eu achei que só existia nos contos de fadas.
Não, não é amor à primeira vista, é algo que transcende a matéria, a metafísica, que se solidifica ainda mais quando você mostra toda a sua simpatia, charme, inteligência e bom humor. Você é tão você e nada eu que me faz mudar minha opinião e achar que realmente os opostos se atraem. E quando você precisa levantar da mesa nem que seja por 2 minutos, eu juro que eu só consigo pensar em como eu pude passar tanto tempo me desgastando com quem definitivamente só me fazia mal.
Daí você volta a se sentar na minha frente e eu volto a olhar os seus olhos completamente hipnotizada em querer saber como eles estão me enxergando, mas não pela estética. Com você eu não me importo se eu tenho celulites na bunda ou naquelas malditas estrias na minha barriga. Quem se importa com isso quando eu tenho um mundo inteiro de experiências e conhecimentos pra oferecer e sei que você não vai me tratar como uma mulher submissa.
Quero te pedir em casamento. Agora.
Quero comprar uma caixa de cervejas importadas ou uma torta de chocolate com morango e te pedir em casamento. Nada de alianças de noivado, declarações públicas, extravagantes ou um pinguim. Tudo isso é clichê, e você é tão diferente, tão singular, com tanta energia nova que desperta toda a minha vontade de ser a pessoa que eu sempre fui, pois não preciso mais me esforçar pra fingir ser quem eu não sou.
Não preciso nem mais do pinguim. Eu mesma quero quebrar um tabu e te pedir em casamento antes que você perceba que estou entrando em pânico me perguntando como é que uma pessoa tão magnífica se interessaria por uma maluca como eu.

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