segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Passa o tempo. Tempo passa. Passatempo.

“A gente passa a vida toda procurando o amor verdadeiro. Mas desiste depois da maior decepção. Porque talvez, na realidade esse tal verdadeiro amor nem exista. Ou exista e a gente esteja ocupado demais pra percebê-lo. Amor é subjetivo, é mágico, metafísico... Embora haja decepções daquelas que fazem a gente pensar “Nasci pra ser sozinho”, depois de conhecer outra pessoa a gente volta a sentir aquilo tudo novamente. As pernas bambas, o calor no rosto, o coração batendo tão forte que é possível senti-lo na garganta...”


Eu tive vontade de lhe dizer tudo isso naquela ocasião. Porque depois daquela noite, a lua nunca mais brilhou de uma forma tão bela. Nunca mais, meu coração bateu tão acelerado, sentindo tua respiração quente no meu rosto, pele na pele, boca com boca, olhos nos olhos e eu pude sentir teu coração batendo perto do meu.

Por mais que o tempo já tenha passado, essa noite é uma das lembranças mais remotas e felizes que tenho de nós dois. O dia em que pelo menos por um único momento, meu sentimento foi correspondido. Impossível prever que seria a pessoa mais feliz do mundo quando estivesse do teu lado. Mais impossível ainda era prever que eu sentiria a tua falta mais do que qualquer outra coisa e que as tuas mãos, somente as tuas, poderiam me proporcionar os carinhos que me transmitiam segurança e proteção.

Não estava nos meus planos, me apaixonar. Também não estava, passar tanto tempo do teu lado. Era pra ser algo de só um dia, só do momento, nada sério. Apenas um passatempo, porque afinal, pra mim os homens sempre foram apenas passatempos e eu queria me divertir sem me apegar a compromisso algum.

Mas quando você me beijou eu senti como se tudo ao nosso redor sumisse. E de repente só existia nós dois. Teus olhos são lindos, de perto são mais castanhos. Parecem ter um brilho especial, ou seriam os meus que se refletiam neles? E as tuas mãos... Ah as tuas mãos são grandes e eu gosto de mãos que se encaixem perfeitamente nas minhas. As tuas costas largas de homem que protege a mulher num abraço aconchegante. E o teu cheiro, as notas amadeiradas e o âmbar... Elas estão impregnadas na minha mente até hoje. E cada vez que eu sinto teu cheiro, lembro do quanto me fizestes sentir tantas coisas da forma mais intensa.


Não sei se é uma coisa saudável me apegar só à lembranças, mas tenho vontade de comprar teu perfume pra ficar sentindo o cheiro dele cada vez que eu sentir saudades.


Eu já tirei tuas fotos da minha vista, só que não tive coragem de jogá-las fora. Estão guardadas numa agenda que fica sempre à mãos. Por mais que eu não as veja o tempo todo. Elas ficam lá. Bem acessível caso bata a vontade de olhar pro nosso momento casal, registrado num pedaço de papel que eu já deveria ter queimado, mas que me queima por dentro cada vez que eu tento isso.


Mas o nosso chocolate preferido continua sendo o meu chocolate preferido. Não sei se ainda é o seu, porque eu também não sou mais sua preferência em nada. Mas eu continuo gostando do chocolate, gostando de colecionar as figurinhas que vem nele. Um dia desses eu comi com um amigo. Não foi a mesma coisa. Ele jogou fora a embalagem com a figurinha. Você jamais faria isso. Sempre me davas a figurinha. Mas ele não é você. E foi quando eu virei pro lado olhei pra ele e percebi que a embalagem tinha ficado na lixeira foi que eu percebi que eu também tinha ficado pra trás no seu caminho. Assim como a figurinha na embalagem. Será que eu fui uma figurinha? As vezes eu acho que sim.

Eu tô sofrendo. Sofrendo muito. E cansei de me esconder sob uma capa de mulher-maravilha que é forte o bastante pra ser inabalável. Eu cortei meu cabelo, mas antes mesmo disso, eu já me sentia meio Sansão. O que eu tô querendo ao me mostrar forte, centrada, decidida e super-heroína? Você pra mim é kriptonita e eu senti isso hoje, em poucos minutos que ouvi sua voz no telefone, me tratando de igual pra igual. Eu te ignoro, você me ignora. Eu te desprezo e você me despreza.

Mas no fim, eu te amo. E você? Nem sei...