domingo, 26 de outubro de 2008

Salve-se quem puder!

Ainda agora eu falava pra minha mãe e uma vizinha que anulei meu voto para prefeito no segundo turno, sem dó nem piedade. Por simples falta de opção. Um só promete e com certeza não iria cumprir e o que se reelegeu só promete o que não pode cumprir e quando cumpre, melhor se nem tivesse prometido. No primeiro turno confiei meu voto a um cara que eu sabia que era muito preparado. Ele não foi pro segundo turno e acabou apoiando o candidato que eu jamais daria o meu precioso voto. Não vendo, não troco, não dou meu voto pra mais ninguém. Sabe por quê? Porque simplesmente há tempos atrás (e eu faço aqui um farofão pra esse episódio, o dos caras-pintadas e tantos outros de revolução e luta contra opressão), mulheres assim como eu, foram às ruas pra garantir que seriam muito mais do que receptoras de esperma, genitoras e serviçais... Provaram que tinham vez e voz perante a sociedade e conquistaram um direito, o de escolher o futuro político da nação onde vivem. Que me taxem de feminista, pouco me importo! Mas besta, eu não sou. O meu voto não vai pro espertalhão que aparece aqui de 4 em 4 anos distribuindo comida, roupas, calçados, asfalto vagabundo, dinheiro, empregos temporários e principalmente papeizinhos com uma seqüência de números que pra mim mais parecem um código que acionam uma bomba-relógio. E ela explode aos pouquinhos, dia após dia nos 4 anos subseqüentes!!
Policiais matam pessoas inocentes por pura confusão. Eu sei o que é que tá confundindo. O cara vai pras ruas, sem nenhum preparo psicológico, com um arma de fogo na mão enquanto fica pensando na família que na maioria das vezes, é ele que sustenta sozinho. Tem também o verme asqueroso que ganha R$ 14 mil por mês e podendo ter quem ele quiser nesse mundo capitalista e materialista, o cara resolve manter relações sexuais com uma criança. Uma coisa no mínimo repugnante! Mas como reza a sabedoria popular, “nada está tão ruim que não possa piorar”. Então descobre-se que no meio dessa história, existe uma mãe que leva sua própria filha e a amiguinha pro desgraçado do procurador aliciar. Pô, eu tô doida ou de repente o sentimento maternal tá cagado? Tenha a santa paciência! (diria divina?).
Depois, vem um monte de gente me dizer que o político beltrano é melhor do que o ciclano porque ele aparenta ser mais confiável. Mermão, eu que não confio mais nem no meu próprio organismo por ter sido traída pelo meu pâncreas, vou confiar num desgramado com cara de santo? Todo ser humano tem um potencial homicida ou suicida dentro de si. E com isso não se brinca.
Vou continuar anulando meus votos. Porque acho que o Código Penal brasileiro deveria ser reformulado. Porque acho que políticos têm muitas regalias. Porque acho que a política brasileira é uma grande piada de humor negro. Porque eu não sou só mais um número. Porque acho que vergonha é sustentar 10 pessoas com R$ 415 por mês. Porque repudio a política de pão e circo. Porque não posso sequer sair na rua em segurança. Porque tenho meus direitos esmagados pela pseudo-ditadura que Belém vive. Porque estou cansada de sair de casa e deixar minha mãe rezando para eu voltar sã e salva. Porque o verde da bandeira predomina mostrando a imaturidade da nossa nação ante os ideais de justiça, e principalmente ordem e progresso. Porque quero mais investimento em educação e emprego. Porque tenho vergonha de viver numa cidade de caos que tá morena de tão queimada.